Isaura Daniel
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São Paulo – Um grupo de mulheres de Bonito, município brasileiro conhecido por suas belezas naturais, produz e exporta artesanato inspirado nas paisagens que as rodeia. São toalhas, panos de prato, almofadas, aventais e bolsas com bordados de figuras de plantas locais e principalmente de peixes que vivem nos rios da região. Os produtos são vendidos em uma loja, no centro da cidade, e já foram exportados para a Europa.
A associação que leva o projeto adiante se chama "Bonito feito à mão" e é composta por oito mulheres. De acordo com a vice-presidente do grupo, Albertina Gesser Orben, as exportações foram feitas nos dois últimos anos para a Holanda, Alemanha e Itália. Para os italianos, porém, foram enviadas biojóias, bijuterias que o grupo faz a partir de matéria-prima vegetal. Segundo Albertina, a maior parte das vendas – 80% – acontece na própria loja de Bonito, já que as artesãs não dão conta de atender pedidos de fora e exportações.
Albertina conta que o grupo quer aumentar o número de artesãs para poder produzir mais e também exportar. Enquanto isso não acontece, no entanto, pedidos extras ao volume comercializado no ponto de venda da "Bonito feito à mão" só são aceitos se feitos com bastante antecedência. Os estrangeiros acabam levando os produtos para seus países quando visitam Bonito a turismo e passam pela loja para comprar lembrancinhas.
Os peixes estampados e bordados pelas mulheres nos utilitários são Pacu, Dourado, Piraputanga e Pintado. Os demais elementos da natureza com os quais o grupo trabalha variam. Atualmente, as artesãs bordam, por exemplo, plantas aquáticas, como os aguapés, comuns na região, e ipês, árvores comuns por lá. Os peixes, porém, elas nunca deixam de usar. O preço das peças oscila. Um avental pode custar R$ 25. A bolsa mais cara sai por R$ 90.
Albertina conta que antes de a associação se formar, cada uma das mulheres trabalhava com artesanato individualmente. Elas se reuniam apenas para vender. Em 2007, porém, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) levou o estilista Renato Imbriosi para dar consultoria ao grupo e fomentar o projeto conjunto. "Ele disse: ‘Vamos resgatar o tempo da vovó’. A gente abraçou a ideia", conta a vice-presidente.
Na época, a iniciativa reuniu 27 pessoas. Depois o grupo acabou diminuindo. Ainda hoje Imbriosi tem contato com o grupo, relata Albertina, e vai até elas esporadicamente. A associação conta com o apoio do Sebrae e da Secretaria de Cultura do Estado do Mato Grosso do Sul. A produção atual é de cerca de 200 peças ao mês.
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Site: http://bonitofeitoamao.wordpress.com/ (em construção)
E-mail: bonitofeitoamao@gmail.com