Isaura Daniel
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SĂŁo Paulo â A indĂșstria quĂmica brasileira estĂĄ preocupada em tornar os seus produtos ambientalmente corretos. Grandes empresas mundiais com braços no Brasil estĂŁo colocando a preservação do meio ambiente como um dos requisitos no lançamento de novos produtos. Na Rhodia, atualmente um terço das vendas estĂŁo atreladas a produtos que levam em conta o desenvolvimento sustentĂĄvel. A Basf possui um mĂ©todo especĂfico para avaliar o impacto ambiental de produtos de todos os tipos. As informaçÔes foram dadas por representantes das empresas ontem (24) durante encontro com a imprensa promovido pela Associação Brasileira da IndĂșstria QuĂmica (Abiquim), em SĂŁo Paulo.
De acordo com o presidente da Rhodia e vice-presidente do Conselho Diretor da Abiquim, Marcos De Marchi, o aspecto ambiental Ă© levado em conta no lançamento de produtos, assim como a competitividade do produto e a sua tecnologia. No ano passado, por exemplo, 32% das vendas da Rhodia no mundo â iguais a 1,6 bilhĂ”es de euros – foram atreladas a produtos que atendem o desenvolvimento sustentĂĄvel. Nesta linha estĂŁo, por exemplo, solventes feitos a partir do etanol, tintas a base de ĂĄgua e rack de automĂłvel feito com poliamida, que diminui em dez quilos o seu peso.
A Basf possui um mĂ©todo de avaliação de produtos que foi colocada Ă disposição de terceiros em 2005, quando a empresa criou a Fundação Espaço Eco, no municĂpio paulista de SĂŁo Bernardo do Campo. A ferramenta serve para que gestores avaliem o quanto o produto Ă© ambientalmente correto e tambĂ©m economicamente viĂĄvel, de acordo com a diretora presidente da Fundação Espaço Eco, Sonia Chapman. A fundação funciona como uma organização nĂŁo-governamental, separada da Basf.
A ferramenta avalia todo o ciclo de vida do produto, desde a produção até o descarte e leva em conta consumo de energia, rejeitos, uso da terra, custos, recursos materiais, potencial de toxicidade e potencial de risco. Dentro de cada quesito levado em conta hå os seus desdobramentos. No caso do uso da terra, é levado em conta a årea necessåria para fabricação, a estrada para ser transportado, a necessidade de ir para o lixão. à pesado o esforço que serå necessårio para que aquela årea vire floresta novamente, explica Sonia.
A pesquisa indica o quĂŁo viĂĄvel o produto Ă© em termos de custos e o quĂŁo ambientalmente correto Ă©. Ela pode ser usada para comparar um produto ao outro, na hora de lançamento no mercado ou mesmo para adequação dos produtos. âĂ uma ferramenta de fĂĄcil interpretaçãoâ, explica Sonia, agregando que ela pode ser usada por leigos em quĂmica. TambĂ©m foi agregado, ao estudo, a avaliação da dimensĂŁo social do produto, como geração de empregos, etc. No Brasil a Basf jĂĄ fez cerca de 20 projetos e atĂ© o final do ano serĂŁo 30. Empresas como Alcoa, Braskem, Votorantim sĂŁo clientes da Fundação Espaço Eco.